Pesquisadores estudam para salvar espécie responsável pela polinização de áreas naturais e agrícolas
Pesquisadores e técnicos da Emprapa Recursos Genéticos e Biotecnologia( DF), de instituições parceiras e meliponicultores (criadores de espécies de abelhas nativas) uniram-se para uma pesquisa inédita para evitar a extinção da A abelha Uruçu Amarela do Cerrado (Melipona rufiventris), sem ferrão, capaz de produzir até cinco quilos de mel por colônia ao ano. Além disso, a abelha é responsável pela polinização de imensas áreas naturais e agrícolas e pela renda de pequenos produtores e agricultores familiares, sendo altamente importante para natureza e na meliponicultura, os produtos deste inseto possuem um alto valor agregado.
O objetivo da pesquisa é detectar o grau de risco de desaparecimento da abelha e discutir e estabelecer critérios para elaboração de um plano de manejo sustentável, que possibilite sua conservação. Para isso, a equipe realizou análises genômicas e genéticas de populações do inseto.
O desmatamento de grandes áreas naturais para expansão agrícola ou para empreendimentos urbanos e o uso indiscriminado de agrotóxicos estão entre os principais motivos que colocam a espécie, nativa do Cerrado brasileiro, em risco. Soma-se a eles a predação de ninhos naturais para retirada criminosa de mel ou dos próprios ninhos, muitas vezes vendidos na internet, prática adotada por “meleiros”, o que pode ocasionar a morte do enxame. Conforme o meliponicultor e presidente da Associação de Meliponicultores do Distrito Federal (AMe-DF), Anselmo Carvalho, afirmou, a a atividade da meliponicultura, apesar de bastante difundida, ainda não dispõe de uma lei federal que a regulamente, levando insegurança jurídica aos criadores.
A direção da AMe-DF está fazendo uma campanha junto aos meliponicultores para que eles colaborem repassando aos pesquisadores a indicação de onde há ninhos naturais. E, ao mesmo tempo, para que cedam material de seus ninhos para enriquecimento da pesquisa e consequente geração de maior número de dados. “As localizações dos ninhos naturais e dos meliponários, bem como a identidade dos meliponicultores, são informações mantidas sob sigilo. Não há divulgação dos dados, pois assim evitamos saques dos ninhos naturais da espécie”, explica Pires, enfatizando que o estudo tem finalidade estritamente científica.
As abelhas coletadas são levadas, para análises genômicas e de genética de populações, ao laboratório da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Para a conferência taxonômica, são encaminhadas ao laboratório de taxonomia de abelhas nativas da Universidade de Brasília (UnB), sob a responsabilidade do professor Antônio Aguiar.
Após a análise científica, o próximo passo será convidar os meliponicultores, a comunidade científica e os órgãos reguladores para juntos tomarem conhecimento do grau de risco detectado e discutir critérios para elaboração de um plano de manejo que possibilite a conservação da Uruçu Amarela do Cerrado. A intenção é que o manejo multiplicativo dos ninhos matrizes e a venda ou troca de ninhos sejam sustentáveis.
“O levantamento de dados desse projeto é estratégico para viabilizar ações de prevenção ou mitigação de risco ambiental irreparável e de valor inestimável, com suporte direto a políticas públicas.”, assegura a líder da pesquisa, citando como referência o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Insetos Polinizadores Ameaçados de Extinção – Panip, regulamentado pela Instrução Normativa ICMBio nº 21/2018.
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Referências bibliográficas:
EMBRAPA. Pesquisadores e meliponicultores trabalham juntos para salvar abelha em risco de extinção. 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/73213996/pesquisadores-e-meliponicultores-trabalham-juntos-para-salvar-abelha-em-risco-de-extincao. Acesso em: 09 set. 2022.