Diferentes Níveis de Degradação das Pastagens Brasileiras
O Brasil é um importante produtor de carne bovina no mundo e segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) realizada pelo IBGE (2019), o País possui cerca de 214,9 milhões de cabeças de gado, tornando-o detentor do segundo maior rebanho bovino mundial. Uma das características da pecuária de corte e leite brasileira é que a pastagem é o seu principal componente de exploração, ou seja, grande parte do rebanho brasileiro é produzido em área de pastagens, e mesmo com toda sua importância, o Brasil se encontra em um cenário alarmante onde grande parte das suas pastagens apresentam algum tipo de degradação.
De acordo com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG), atualmente cerca de 57% das pastagens brasileiras se encontram em algum estágio de degradação, sendo 24% em degradação severa, 16% em degradação moderada e 17% em degradação leve.
Mas, o que significa dizer que uma pastagem está degradada? Quer dizer que a mesma está expressando uma produtividade menor que a esperada e perdeu parte de sua capacidade de suporte, ou seja, a mesma perdeu parte de sua capacidade de suportar a produção necessária para o sustento dos animais, tanto em quantidade como em qualidade.
De acordo com Dias-Filho (2017), a degradação das pastagens pode ser dividida em:
Degradação agrícola, que é causada por um aumento excessivo do percentual de plantas daninhas na pastagem, onde a competição entre as plantas e a forrageira ocasiona uma redução na produção da forragem e uma diminuição na eficiência do uso da pastagem pelo gado;
Degradação biológica, que é causada pela deterioração do solo que se torna incapaz de sustentar a produção vegetal e provoca uma queda na produtividade da pastagem, além de aumentar a proporção de solo descoberto (sem vegetação).
Pensando em facilitar a identificação das diferentes áreas degradadas, Dias-Filho se baseou nas diversas variações de degradação agrícola e biológica possíveis de ocorrer em uma pastagem e classificou a degradação da pastagem em quatro níveis de degradação, sendo eles:
Nível 1 (Leve): A Pastagem ainda é produtiva, mas já há algumas áreas de solo descoberto ou plantas daninhas e a rebrota do capim é lenta após o pastejo. A sua capacidade de suporte cai cerca de 20% em relação à pastagem não degradada.

Fonte: Dias-Filho (2017)
Nível 2 (Moderado): Neste nível ocorre um aumento na infestação de plantas daninhas ou no percentual de solo descoberto em relação ao nível anterior. A sua capacidade de suporte cai cerca de 30% a 50% em relação à pastagem não degradada

Fonte: Dias-Filho (2017)
Nível 3 (Forte): Neste nível ocorre um aumento excessivo na infestação de plantas daninhas ou no percentual de solo descoberto em relação ao nível anterior. A sua capacidade de suporte cai cerca de 60% a 80% em relação à pastagem não degradada.

Fonte: Dias-Filho (2017)
Nível 4 (Muito Forte): Neste nível ocorre uma predominância de solo descoberto, com sinais evidentes de erosão e uma proporção muito baixa ou inexistente de forrageiras. A sua capacidade de suporte cai acima de 80% em relação à pastagem não degradada.

Fonte: Dias-Filho (2017)
Por fim, esses quatro níveis podem ser separados em dois grandes grupos, no qual as pastagens que se encontram nos dois primeiros níveis são consideradas pastagem em degradação, e por este motivo podem ser recuperadas mais facilmente através de intervenções pontuais e relativamente simples. Já as que estão nos outros dois níveis, são consideradas degradadas e necessitam de estratégias de recuperação mais drásticas, normalmente envolvendo uma renovação de pastagem.
A recuperação de pastagens consiste na utilização de práticas que visem o reestabelecimento da cobertura do solo e do vigor das forrageiras que formam a pastagem. Esta estratégia pode ser empregada com a utilização de diferentes práticas, como: a aplicação de adubos para a manutenção, controle de plantas daninhas, renovação ou reforma da pastagem entre outras. Porém, cada situação necessita de um tratamento diferente, sendo assim se faz necessário selecionar a técnica mais adequada para cada área de acordo com estádio de degradação no qual a mesma se encontra e também deve-se considerar os recursos disponíveis para a realização desta.
Então, caso seja identificado que a sua pastagem se encontra em alguns destes níveis de degradação, é recomendado que procure por profissionais capacitados para lhe auxiliar a tomar a melhor decisão e recuperar a sua pastagem.
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Referências bibliográficas:
DIAS-FILHO, M. B. Degradação de pastagens: processos, causas e estratégias de recuperação. 4. ed. Belém, PA: ed. do autor, 2011, p. 20 a 24.
DIAS-FILHO, M. B. Degradação de pastagens: o que é e como evitar. Brasília, DF: Embrapa, 2017. PDF, 19 p. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1070416/1/TC1117CartilhaPastagemV04.pdf>. Acesso em: 27 de maio. 2021.
IBGE. Produção da Pecuária Municipal (2019): Panorama geral da pecuária. Prod. Pec. munic., Rio de Janeiro, v. 47, p.1-8, 2019. Disponível em:< https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/84/ppm_2019_v47_br_informativo.pdf>. Acesso em: 27 de maio. 2021.
LAPIG - LABORATÓRIO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS E GEOPROCESSAMENTO. Atlas das Pastagens Brasileiras. Disponível em: <https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras>. Acesso em: 27 de maio. 2021.
RODIRGUES, L. R. A., QUADROS, D. G., RAMOS, A. K. B. Recuperação de Pastagens Degradas. In SIMPÓSIO PECUÁRIA 2000 –PERSPECTIVAS PARA O III MILÊNIO, 1., Pirassununga, 2000. Anais... Pirassununga: FZEA.